No palácio celestial de Zestial, a atmosfera era de profunda contemplação. Os deuses, recém-nascidos e ainda se adaptando aos seus domínios transcendentais, observavam com atenção os eventos dramáticos que se desenrolavam no mundo abaixo. Zestial, com seu conhecimento prévio dos acontecimentos, mantinha um olhar atento e calculista, ponderando cada impacto da chegada dos Ōtsutsuki.
A Chegada e a Perturbação Cósmica
A descida da nave Ōtsutsuki, um cilindro metálico que cortou os céus e pousou com um estrondo na floresta primordial, não passou despercebida pelos domínios divinos. Foi uma dissonância abrupta, uma perturbação na harmonia natural do planeta que reverberou através dos planos existenciais.
Raven, o Deus da Ira, sentiu essa perturbação como uma faísca em sua própria essência. A energia desarmônica que emanava da nave e de seus ocupantes o irritava profundamente, atiçando as chamas de sua ira primordial. Ele rugiu, sentindo a intrusão em seu domínio emocional.
Ofídio, o Deus da Ganância, percebeu de imediato o potencial de poder no Fruto da Árvore Divina. Seus olhos, que brilhavam com a luz de mil joias, se fixaram na promessa de uma energia ilimitada, e sua cobiça ancestral se acendeu. Ele via a Árvore como uma fonte inesgotável para seu vasto tesouro.
Parallax, o Deus do Medo, rastejou nas sombras do palácio. Ele sentiu a sombra da ameaça alienígena se espalhando pelo mundo, uma sensação de terror primário que emanava dos próprios Ōtsutsuki e que se manifestava no desespero incipiente dos mortais.
Íon, o Deus da Força de Vontade, por sua vez, percebeu a determinação inabalável de Kaguya e Isshiki. Uma força de vontade colossal, uma energia que poderia ser usada tanto para a criação quanto para a destruição. Ele se perguntava qual caminho eles escolheriam.
Adara, a Deusa da Esperança, sentiu a fragilidade da fé dos mortais diante do desconhecido. Uma leve tristeza pairava sobre ela, mas também uma centelha de otimismo pelo potencial de resistência dos habitantes do planeta.
Prosélito, o Deus da Compaixão, sentiu o sofrimento dos seres vivos perturbados pela intrusão. Seu coração, que pulsava com empatia, desejava aliviar a angústia que se instalava.
Lovely, a Deusa do Amor, percebeu a complexidade das emoções humanas, do medo à fascinação, e a possibilidade de conexões inesperadas surgirem mesmo diante da adversidade.
Lifery, o Deus/Deusa da Vida, observava a Árvore Divina com grande interesse, sentindo a vasta energia vital que ela possuía, e a forma como o Fruto da Árvore alteraria o fluxo natural da vida no planeta.
Nibus/Hela, o Deus/Deusa da Morte, mantinha-se em silêncio, sua presença imponente percebendo a inevitabilidade das consequências e o aumento das almas que, por ventura, seriam ceifadas pelos conflitos que se anunciavam.
Umbrax, o Deus da Vergonha, sentiu o peso da dissimulação e da traição latente entre os Ōtsutsuki, uma amargura que reverberava em seu próprio domínio.
Joydan, o Deus da Felicidade, sentiu a alegria efêmera dos primeiros momentos de paz ser ameaçada pela incerteza, mas buscou focar nas pequenas centelhas de esperança.
A Reação e os Diálogos de Zestial
Zestial, com seu conhecimento dos eventos futuros, sabia que a chegada dos Ōtsutsuki não era um incidente isolado, mas o catalisador de uma série de eventos que moldariam irreversivelmente o mundo. Ele observou a traição de Kaguya, a emergência do chakra, o nascimento de Hagoromo e Hamura, e a subsequente batalha épica, tudo com um misto de preocupação e uma curiosidade quase científica sobre como esses eventos se alinhariam com seus próprios planos para o panteão.
"Este mundo, embora jovem e ainda em seus primórdios, já enfrenta desafios de proporções cósmicas," Zestial declarou aos outros deuses, sua voz ressoando com autoridade e conhecimento. "Os Ōtsutsuki são uma força a ser reconhecida, com um poder que pode facilmente eclipsar a maioria das formas de vida. Mas eles são também uma ameaça potencial, uma presença desequilibradora que pode abalar os próprios alicerces que estamos construindo."
O Concílio Celestial e os Debates Divinos
Zestial convocou o primeiro grande Concílio Celestial com os deuses, buscando suas opiniões sobre como deveriam intervir, se é que deveriam. A vasta sala do trono em seu palácio reverberou com as vozes e as auras de seres divinos.
Raven, impulsivo e dominado pela ira, defendia uma intervenção direta e imediata. "Esses alienígenas devem ser eliminados! Sua presença é uma afronta à ordem que buscamos estabelecer!" ele bradou, sua forma touro-demônio tremendo com impaciência.
Ofídio, com seu brilho ganancioso, considerava o Fruto da Árvore Divina. "Poder! Eles trouxeram poder incalculável! Se soubermos manipular isso, poderíamos acumular uma riqueza inigualável de energia!" ele sibilava, sua forma de serpente se contorcendo em contemplação.
Lovely, por outro lado, defendia uma abordagem mais compassiva e paciente. "Devemos buscar entender suas motivações. O amor pode converter até os corações mais frios," ela sussurrava, sua aura de pantera rosa suavizando a tensão.
Aevum, o Deus do Infinito, pairava no centro do concílio, sua forma fluida e mutável. "Nossas ações terão ramificações temporais, espaciais e de realidade de magnitude imensurável," ele advertiu, sua voz um eco de todas as possibilidades. "Qualquer intervenção precipitada pode causar um efeito borboleta catastrófico, alterando linhas do tempo e dimensões de maneiras que nem mesmo nós podemos prever completamente." Aevum projetou visões de futuros alternativos, alguns promissores, outros desastrosos.
Íon, firme em sua convicção, ponderou sobre a força de vontade em jogo. "A verdadeira força não reside apenas no poder bruto, mas na determinação de resistir e proteger o que é valioso. Observar a luta por esse mundo pode revelar a essência de sua própria vontade," disse o deus-peixe, irradiando serenidade.
Adara, a Deusa da Esperança, interveio: "Devemos inspirar a esperança nos corações dos mortais, para que encontrem sua própria força. Se intervirmos demais, roubamos a eles a oportunidade de crescer e se tornarem mais fortes através de suas próprias provações."
A Decisão Divina
Após horas de deliberação intensa e argumentos que ressoavam com o poder de cada domínio, os deuses chegaram a um consenso. Eles concordaram em adotar uma abordagem de observação cautelosa e não-intervenção direta. Eles monitorariam os eventos de perto, com cada deus sintonizado nas emoções e energias que caíam sob sua alçada, intervindo apenas se a situação ameaçasse a própria existência do mundo ou o equilíbrio cósmico que Zestial tanto prezava.
"Nosso papel, neste momento crucial, não é o de interferir diretamente nos assuntos dos mortais como meros fantoches em um palco," Zestial declarou, sua voz ecoando com a sabedoria acumulada de sua própria existência. "Mas sim o de proteger o equilíbrio fundamental do universo e nutrir o potencial inerente à vida. Se os Ōtsutsuki, ou qualquer outra força, ameaçarem esse equilíbrio de forma irreparável, então, e somente então, agiremos com a força total de nosso panteão."
O Legado e a Sombra Pervasiva
Enquanto os deuses observavam do seu reino elevado, o legado dos Ōtsutsuki começava a se desenrolar, tecendo-se na própria trama do mundo. O nascimento do chakra, a ascensão de Hagoromo e Hamura como figuras lendárias, e a sombra persistente de Isshiki, agindo através de Jigen, pairavam sobre o futuro do mundo Shinobi como uma profecia silenciosa.
Zestial sabia que os eventos que se seguiriam moldariam o destino daquele mundo jovem e vibrante. E, com seu panteão de deuses celestiais observando, ele tinha certeza de que eles teriam um papel crucial a desempenhar, mesmo que fosse apenas no teatro silencioso da influência divina, à espera do momento certo para a ação.